sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Vai começar a brincadeira!

Depois de meses e meses de treinamento, finalmente o dia chegou. Embarcamos hoje para Salvador, e amanhã chegaremos em Mucugê, uma das cidades-base do Brasil Ride.


O caminho até aqui não foi fácil, e todo o tempo, quilometragem e sofrimento que tivemos foram direcionados apenas para esses 7 dias. E nesses 7 dias, passaremos por dificuldades iguais, e talvez até maiores que as que enfrentamos durante os treinamentos.

Mas acima de todo o sofrimento, a diversão por estar lá vai ser muito maior. Estaremos com mais 498 atletas tentando completar cada uma das árduas 7 etapas apenas pelo lazer. Apenas porque gostamos disso. Apenas por uma camisa onde tem escrito Finisher.

Qual o sentido disso? Nenhum. Mas pra quem é apaixonado pelo esporte, lógica não é algo importante. Acho que tá no sangue mesmo.


Então, deixemos essa lógica de lado, e vamos para lá pela paixão pelo esporte. Pela paixão pelo mountain bike. Pela paixão pelo sofrimento em cima de um selim. E se tudo der certo, voltaremos no dia 26 com essa camisa onde tem escrito a palavra Finisher com um sentimento de alívio e conquista que supera a própria competição. Afinal, como diz o próprio slogan do Brasil Ride, "mais que uma competição, é uma etapa em sua vida".

Agradeço de coração a todos vocês que nos acompanharam até aqui. Visualizando o blog, o nosso canal no Youtube, ou pessoalmente. Seja através de comentários, através de apoio, em estarem presentes durante os treinos dando aquele auxílio quando precisávamos.


Tá começando a brincadeira! Nos vemos depois desses 7 dias de prova!

Fim dos treinos rumo a Pipa/RN

Falaí, galera! Voltamos com o último post antes do Brasil Ride.
Nervosismo e correria a mil pra arrumar tudo!

No último dia 4, fizemos o encerramento dos treinos específicos, com destino à Praia de Pipa no RN. Esse é um percurso já clássico pra o pessoal aqui de João Pessoa. Sempre nessa época do ano, todas as lojas fazem uma espécie de "pacotão" pra lá, com carro de apoio, comida, travessias de balsa e pousada.

Esse percurso era uma espécie de pedra na minha sapatilha. Eu pedalo desde 2005 e nunca tinha conseguido ir a Pipa. Seja por problemas na bike, problemas pessoais, falta de tempo e/ou condicionamento, sempre algo me impedia de ir. 9 anos pedalando, maluco! E nunca tinha ido! Então não preciso falar que a minha expectativa tava quase explodindo, né?

A rota que montamos tinha uma pernada a mais, passando por Rio Tinto/PB, que seria o nosso 1º ponto de parada para reabastecimento.
Não poderíamos ter escolhido um momento pior para passar por lá. Como era dia de feira, a cidade inteira tomou as ruas com todos os tipos de transporte possíveis. Tinha até carrinho de mão. E todos convergiam para o mesmo supermercado, cujas filas não eram separadas. Acredito que não tinha nem uma diferenciação de filas. A massa seguia toda para a mesma direção. Foram 10 a 15min para comprar uma garrafa d'água.

O bendito supermercado. Saca a calçada dele como tava!

Seguimos em um bom ritmo passando por Baia da Traição e Mataraca, onde pegamos o retão da fábrica Milenium. Foram cerca de 15km com vento cruzado (que delícia!) em um chão de terra batida, passando por várias torres de captação de energia eólica.

Tinha uma 'plantação' disso lá pra dentro

Já chegando em Barra de Cunhaú, sofremos duas tentativas de "assalto". Primeiro foi quando Helio comprou um côco sem perguntar o valor. Eu sempre pergunto o valor de algo ANTES de pegar, pra saber se vale à pena ou não o custo/benefício. Sim, eu sou mão de vaca! Exceto quando quero comprar algo que realmente preciso, pois aí eu ligo o modo Fry, do Futurama.


Voltando... Depois que Helio já estava na metade do côco, perguntei o valor. Ele não sabia, então fui no vendedor. "O côco tá por 4,00 reais, moral". 4 REAIS!! 4 CONTO 1 CÔCO!! Helio tomou um susto tão grande, que quase engasgou! Eu acho que nem água de côco de caixinha custa isso tudo! E a justificativa do valor era que o dólar tinha subido!!! Contrataram um norte-americano pra vir subir na árvore e tirar os côcos, seu puto???
E quando fomos atravessar a balsa de Barra de Cunhaú, nos cobraram 3 reais por cabeça! Lá na de Cabedelo, que é bem maior e tem onde sentar, cobram 2,00! Depois de muita choradeira, consegui baixar o côco de Helio pra 3,00 e a balsa pra 2,00.

E aí sim, chegou a parte mais legal do treino: o Chapadão. Com muitas subidas e descidas curtas, alguns bancos de areia e um visual sensacional, o danado parecia uma montanha russa!

Diversão garantida!

Depois de tanta espera por esse percurso, meu veredito é: foi um treino chato. Na minha opinião de merda No meu ponto de vista, essa rota se resume a: estradão no meio do canavial, bancos de areia, costelas de vaca e vento cruzado. Não tem nenhum trecho que realmente desafie o ciclista, como uma subida longa ou técnica, por exemplo. É mais um teste de paciência em relação a quanto tempo você aguenta tomando porrada do selim por causa das costelas de vaca, com o vento te jogando de lado. A única parte que realmente achei muito legal foi o trecho do Chapadão, mas ele começa a apenas 5km de Pipa. Se alguém me chamar para ir novamente, eu vou. Mas de carro =D

Finalizamos o treino com cerca de 144km, conforme o Sr Strava aqui embaixo.

Costinha - Pipa, by Sr Strava




[ ATUALIZANDO ]
Embarcaremos hoje à noite para Salvador, e amanhã pegaremos o ônibus da organização rumo a Mucugê, onde começa o Brasil Ride. E a minha situação atual é essa:

Equipo!

Agora é só guardar tudo na mochila. Já a Scale.....

Ela já tá pronta, lógico. Scale, sua linda!!

Espero fazer um novo post mais tarde falando sobre a prova, e um resumo geral de como foram os treinamentos. =D

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Dois treinos, 328km e muito sofrimento

Falaí galera!

Nesta reta final dos treinos, fizemos dois fins de semana seguidos de pancadas, com o objetivo de testar nossos limites.

No dia 20/09 saímos aqui de João Pessoa e fomos até Campina Grande, aqui mesmo no estado. Optamos em fazer o percurso todo pelo lado norte da BR-230, porque depois dos 100km, as subidas são mais duras que pelo lado sul.

Até a cidade de Alagoa Grande (106km), estávamos em terreno relativamente plano, apenas com algumas ondulações leves. Mas nem por isso foi fácil. Devido à distância do treino, optamos por levarmos as mochilas de hidratação. Porém, eu já estava adaptado a treinar sem a danada, e comecei a sentir um grande incômodo na lombar e enjôos (depois do treino, falei com meu treinador e ele contou que isso pode ter sido um superaquecimento meu, já que a circulação de ar nas costas foi reduzida. Se alguém sabe que porra o que pode ter sido isso, comenta aí embaixo =D).

Alagoa Grande: daqui pra a frente, engole o choro e vai.

Bom... O fato é que eu quase (eu disse QUASE) abortei o treino em Alagoa Grande, mas sou brasilei mountain biker, porra! Coloquei a mochila nas costas e começamos a pedreira.

Todo o trecho plano que pegamos por 106km nos abandonou. De Alagoa Grande até Massaranduba, eram apenas 28km. Mas foram 28km subindo, com algumas descidas longas, só pra subir de novo (sacanagem!). E pra piorar, a saída da cidade era outra subida! kkkkkkkkkkkkk

De Massaranduba até Campina Grande foram cerca de 26km. Fizemos no modo automático. Não tenho grandes lembranças desse trecho. kkkkkkkkkkk
As mais marcantes foram quando cruzamos um açude que havia secado e não encontrávamos a trilha no outro lado, e também Helio brigando pra abrir uma das incontáveis porteiras que pegamos nesse final de percurso.

Já chegando em Campina. Visual acachapante!

Depois de 161km e mais de 11 horas de pedalada, finalmente conseguimos chegar a Campina Grande, completamente exaustos!

Depois de 106km planos, só pancada!


No fim de semana seguinte, 27/09, fizemos um percurso que há muito tempo estava em nossos planos: sair da balsa de Cabedelo e ir até a Pedra da Boca, que é praticamente quintal de casa e já apareceu aqui várias e várias vezes (já deu, né?)

No começo tava bom... Aí veio o sol e acabou com a graça.

Por volta dos 60km, na região de Mamanguape/PB, comecei a sentir o mesmo enjoo da semana passada, e da mesma maneira, ele passou cerca de 1h depois (que porréisso?).

Não foi um dia com muita variação altimétrica, mas com uma distância bem longa: 167km. Além da distância, a maior dificuldade desse dia foi a temperatura. Saímos da praia e fomos adentrando na região de caatinga, onde o ar é seco e atingimos a temperatura máxima de 41°C. Felizmente, já chegando em Nova Cruz/RN, caiu uma chuvinha leve, baixando um bocado a temperatura antes do nosso último reabastecimento.

167km: nossa maior quilometragem nos treinos!

Chegamos à Pedra da Boca com aproximadamente 9h de treino, e com a certeza de que os testes de resistência mostraram o bom andamento de todo o treinamento.


Pra quem não consegue ver pelo Youtube em dispositivos móveis, temos também a opção pelo Vimeo:



Apoiam a Equipe Jampa XCM Racing:
- James Laurence
- BikeTech Pepe - Desde 1991